A FAMÍLIA

"É preciso fazer realmente todo o esforço possível, para que a família seja reconhecida como sociedade primordial e, em certo sentido, soberana. A sua soberania é indispensável para o bem da sociedade. Uma nação verdadeiramente soberana e espiritualmente forte é sempre composta por famílias fortes, cientes da sua vocação e da sua missão na história. A família está no centro de todos estes problemas e tarefas: relegá-la para um papel subalterno e secundário, excluindo-a da posição que lhe compete na sociedade, significa causar um grave dano ao autêntico crescimento do corpo social inteiro". (João Paulo II em “Carta às Famílias” / 2 de fevereiro de 1994)

CLÁUDIO CAVALHEIRO GONÇALVES

 
(16 Mar 1930 - 17 Dez 1996)
 
 
 
 
    CLÁUDIO CAVALHEIRO GONÇALVES nasceu em Porto Alegre, RS, no dia 16 de março de 1930. Sua irmã, Therezinha, conta que desde criança o considerava o “seu presente de aniversário”, pois ele nasceu no dia mesmo dia em que ela estava completando três anos de idade. 
    Em sua vida Claúdio enfrentou turbulências, mas não se deixou, nunca, abater. Sofreu percalços, teve algumas quedas, mas tudo isto foi motivo para fortalecer e solidificar sua personalidade de homem aguerrido e idealista. Dizer que foi um bom pai e marido dedicado, seria redundância. Poderia parecer elogio gratuíto e fora de propósito, mas foi. Nunca rejeitou trabalho, do mais humilde ao de maior responsabilidade. Além de outros – aos quais nunca se furtou – foi motorneiro de bondes da Companhia Carris por longos anos.
    Casado com Ariocilda Furtado Gonçalves, teve nove filhos (três homens e seis mulheres).  Foi pai e esposo exemplar e amoroso. Torcedor incondicional do seu “Colorado”, teve sua biografia enriquecida por um dos episódios mais comoventes de que temos registro, quando, na partida final de um campeonato, seu time do coração foi vencido pelo Grêmio, eterno rival. Nessa ocasião, tomou pela mão o filho, gremista “doente”, mas sentindo-se inibido em manifestar sua euforia diante do pai colorado, e juntos saíram para a rua, festejando a vitória tricolor. Situação semelhante viveu com uma de suas netas. Atitudes aparentemente simples, mas de uma grandeza só encontrada num homem bom, honesto, digno. É, principalmente, o que ele era.  
    Sempre esteve disponível para ajudar as pessoas e para cooperar com causas comunitárias. A partir da segunda metade de sua vida, deixou aflorar uma de suas qualidades até então só percebida raramente pelas pessoas com as quais convivia: sempre gostou de pássaros, de árvores e de flores. Nas casas onde morou, sempre conseguia um lugar para o seu jardim.
    Logo, tornou-se um defensor atuante das causas ambientais, não poupando esforços para ver a natureza mais respeitada. Nesse mister  encontrou obstáculos – que acabou superando, como sempre – pois muitas de suas iniciativas contrariavam interesses imediatistas e sempre incomodavam alguém. Aos poucos angariou amigos e parceiros que de alguma forma o apoiaram.
    Seu nome tornou-se conhecido além dos limites da comunidade de seu bairro. Pouco antes de falecer, conseguiu salvar da destruição causada pelo vandalismo uma belíssima figueira que ficava no final de sua rua.
    Acrescentou ao seu currículo diversas conquistas que, mesmo depois de seu falecimento, permaneceram gratas às pessoas de sua comunidade. Estas, como única forma encontrada para agradecer-lhe e eternizar seu trabalho, conseguiram da Câmara Municipal, por iniciativa do Vereador João Carlos Nedel,  a aprovação da lei que dá o seu nome à rua onde morava e pela qual tanto se empenhou.
    Assim, quem hoje for ao bairro Rubem Berta encontrará, iniciando na Av. Dante Ângelo e terminando na rua Terezinha Turcato, uma outra rua, que tem o CEP 91150-120 e que se identifica com uma placa que diz: “Rua Cláudio Cavalheiro Gonçalves – Ecologista e Líder Comunitário”.  
    Cláudio faleceu em Porto Alegre, Cidade onde nasceu e que amou, no dia 17 de dezembro de 1996, aos sessenta e seis anos de idade. Nesse dia, a Cidade e todas as pessoas que o conheciam e amavam, ficaram tristes. O Pai, o esposo, o avô, o amigo e o cidadão apaixonado por uma Cidade que trazia sempre no coração, tinha cumprido sua missão, mas deixara vago um lugar para o qual não haveria, jamais, um substituto.
* * *

Nenhum comentário: