(16 Mar 1930 - 17 Dez 1996)
CLÁUDIO
CAVALHEIRO GONÇALVES nasceu em Porto Alegre, RS, no dia 16 de março de 1930.
Sua irmã, Therezinha, conta que desde criança o considerava o “seu presente de
aniversário”, pois ele nasceu no dia mesmo dia em que ela estava completando
três anos de idade.
Em sua vida Claúdio enfrentou turbulências, mas não se deixou, nunca, abater. Sofreu
percalços, teve algumas quedas, mas tudo isto foi motivo para fortalecer e solidificar
sua personalidade de homem aguerrido e idealista. Dizer que foi um bom pai e marido dedicado, seria
redundância. Poderia parecer elogio gratuíto e fora de propósito, mas foi. Nunca rejeitou trabalho, do mais humilde ao de maior
responsabilidade. Além de outros – aos quais nunca se furtou – foi motorneiro de
bondes da Companhia Carris por longos anos.
Casado
com Ariocilda Furtado Gonçalves, teve nove filhos (três homens e seis
mulheres). Foi pai e esposo exemplar e
amoroso. Torcedor incondicional do seu “Colorado”, teve sua biografia
enriquecida por um dos episódios mais comoventes de que temos registro, quando,
na partida final de um campeonato, seu time do coração foi vencido pelo Grêmio,
eterno rival. Nessa ocasião, tomou pela mão o filho, gremista “doente”, mas
sentindo-se inibido em manifestar sua euforia diante do pai colorado, e juntos
saíram para a rua, festejando a vitória tricolor. Situação semelhante viveu com uma de suas netas. Atitudes aparentemente
simples, mas de uma grandeza só encontrada num homem bom, honesto, digno. É, principalmente, o
que ele era.
Sempre
esteve disponível para ajudar as pessoas e para cooperar com causas
comunitárias. A partir da segunda metade de sua vida, deixou aflorar uma de
suas qualidades até então só percebida raramente pelas pessoas com as quais
convivia: sempre gostou de pássaros, de árvores e de flores. Nas casas onde
morou, sempre conseguia um lugar para o seu jardim.
Logo,
tornou-se um defensor atuante das causas ambientais, não poupando esforços para
ver a natureza mais respeitada. Nesse mister encontrou obstáculos – que acabou superando,
como sempre – pois muitas de suas iniciativas contrariavam interesses imediatistas
e sempre incomodavam alguém. Aos poucos angariou amigos e parceiros que de
alguma forma o apoiaram.
Seu
nome tornou-se conhecido além dos limites da comunidade de seu bairro. Pouco
antes de falecer, conseguiu salvar da destruição causada pelo vandalismo uma
belíssima figueira que ficava no final de sua rua.
Acrescentou
ao seu currículo diversas conquistas que, mesmo depois de seu falecimento,
permaneceram gratas às pessoas de sua comunidade. Estas, como única forma
encontrada para agradecer-lhe e eternizar seu trabalho, conseguiram da Câmara
Municipal, por iniciativa do Vereador João Carlos Nedel, a aprovação da lei que dá o seu nome à rua onde
morava e pela qual tanto se empenhou.
Assim,
quem hoje for ao bairro Rubem Berta encontrará, iniciando na Av. Dante Ângelo e
terminando na rua Terezinha Turcato, uma outra rua, que tem o CEP 91150-120 e
que se identifica com uma placa que diz: “Rua Cláudio Cavalheiro Gonçalves –
Ecologista e Líder Comunitário”.
Cláudio
faleceu em Porto Alegre, Cidade onde nasceu e que amou, no dia 17 de dezembro
de 1996, aos sessenta e seis anos de idade. Nesse dia, a Cidade e todas as pessoas que o conheciam e amavam, ficaram tristes. O Pai, o esposo, o avô, o amigo e o cidadão apaixonado por uma Cidade que trazia sempre no coração, tinha cumprido sua missão, mas deixara vago um lugar para o qual não haveria, jamais, um substituto.
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